Era um dia muito chuvoso. Daqueles muito escuros e deprimentes. 11 horas da manhã. Um jornalista, sentado a uma secretária, olha através da grande janela da enorme sala de um 25º piso, onde, com todas as luzes acesas, trabalham consigo dezenas de pessoas barulhentas, e observa o céu cinzento e a chuva que cai. Procura inspiração para escrever uma notícia acerca de uma velhota paraplégica de 89 anos que foi salva da morte pelos seus 13 gatos, durante um incêndio na sua cama, causado por um charuto que fumava. Normalmente tira fotos. Já não é mau permitirem-lhe que escreva uma história. Inclina-se demasiado na cadeira e cai para trás. Levanta-se rapidamente. - “Queres um café?”. Clark vira-se e encontra a sua musa. Atrapalhado, enquanto levanta a cadeira, espalha pelo chão algumas folhas com anotações que tinha sobre a mesa, e responde: – “Sim. Obrigado”. Nisto ouve-se um enorme estrondo na rua, e o edifício estremece durante o que parece ser uma eternidade. O susto é geral. Algumas pessoas gritam. Clark já desapareceu. Num pequeno armário de vassouras, despe o seu fato escuro e tira os óculos. O Super-Homem sai rapidamente do edifício para ver o que se passa. Um navio-cisterna explodiu no cais. Uma grande confusão. O Super-Homem salva quem pode e o que pode, enquanto tira fotos para o jornal. Nada de verdadeiramente excitante. À noite, depois de um dia intenso de dois empregos e duas vidas, Clark regressa ao pequeno apartamento barato, mas remediado, onde vive. Entra, fecha a porta e vai directo para a sanita. Mal se senta, ouve o elevador parar no seu piso. Com a sua visão raio X, vê a sua musa dirigir-se a sua casa. Em alta velocidade, defeca, toma um duche e veste-se. Quando ela toca à campainha, ele abre a porta, quase imediatamente. Ela parece perturbada ao vê-lo. – “Que se passa? Que fazes?”. Ele não percebe. Ela olha para ele, de cima abaixo, e ele olha, então, para si mesmo. - “Caraças!!!”. Estava apenas com o fato do trabalho secreto. - “Estava a experimentar uma fantasia de Super-Homem. Eheh!”, diz com um sorriso amarelo. Por sorte, tinha posto os óculos. De nada serviu. Ela tirou-lhe os óculos e disse: - “És tu! Como não percebi antes?!”. Ele começa a gaguejar, querendo justificar-se, mas ela diz-lhe: “Cala-te!”, enquanto sorri carinhosamente e tira os seus óculos. Desaparece imediatamente. Ele fica totalmente parvo. Chama por ela olhando para todos os lados, usando todos os seus truques de visão, mas nada. Então, sente-se beijado e ouve: - “Estou onde estava. Sou a Mulher-Invisível”.
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Este texto foi baseado numa história inventada por um amigo.