Quando ouvimos falar na crise, na Carapuça Productions pensámos logo: "Boa!" Decidimos aproveitar e investir na produção de filmes em Angola, o grande mercado para portugueses que querem ganhar muito dinheiro e, talvez, quem sabe, fugir de algo que os preocupa. No nosso caso, quisemos, essencialmente, fugir da rotina. Estávamos fartos de loiras com peitos plastificados e da ideia da Maya poder vir a exibir o nariz mal cortado, e o resto, numa revista que costuma trazer garotas jeitosas e com idade para ainda fazerem parvoíces. O dinheiro vem só depois, claro. Tem sido tudo à grande. O nosso cinema tem suscitado grande reboliço nas grandes salas do país. Não tem sido difícil encontrar gente interessada em aparecer nos nossos filmes. Ainda aparecem muitas loiras, geralmente com pele mais escura, mas loiras. Sempre são diferentes. E muitas garotas com borrachas novas também. Não procuramos actrizes, claro. Apenas boas actrizes. Disso até há muitas por aqui. Tirando o facto de não se poder sair muito à rua (até porque não há assim tantas), e de as coisas simples da vida não serem assim tão simples por estes lados, até se está bem. Não ligamos ao povo, só nos damos com a realeza, andamos de SUV, comemos caro, fazemos pouco, ganhamos muito, distribuímos algum, estamos bem. O filme "Ela come muito para que não a consigam abocanhar" foi o nosso primeiro grande sucesso angolano. "Nas curvas do Aeroporto" foi o segundo, com duas sequelas, "Na recta das Montanhas" e "Na cova da Autoestrada". O nosso próximo filme, "Abana a escama na cama, enquanto vou ali ver o Professor Karama" é esperado com alegria. Está-se bem aqui. Um dia voltaremos. Depois da Maya aparecer numa revista masculina com pouca roupa. Ahahah!
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