- Epá, viste o jogo?
- Sim, pá. Foi porr...
- Epá epá! Disfarça! Disfarça! Vem aí o Ovelheiro!
- Quem? Onde?
- O Ovelheiro. Cala-te e disfarça!
- Mas...
- Psciu!
- ... Aquele velhote que vem ali?
- Não sejas parvo.
- Não sei quem é e não vi mais ninguêm... Quem é?
- Quem?
- O Ovelheiro.
- Quem foi que te falou nele?
- Tu.
- Eu não falo nesse gajo.
- Mas ainda agora falaste!
- Eu? Não.
- Porra! Disseste que vinha aí o Ovelheiro. É um pastor?
- Não. O tipo não é nada religioso.
- Ah! Falaste nele.
- Em quem?
- No Ovelheiro.
- Eu?
- Epá!... Vai-te matar, pá!... A gozar com a minha cara! Adeus!
- Espera espera... Eu digo-te, se prometeres não repetir a ninguém.
- Vê lá o que vais dizer. Se gozas outra vez...
- Não. Ouve. Prometes que não falas no assunto com ninguém?
- Sim, vá!
- O Ovelheiro é um tipo a quem eu devo dinheiro.
- Pediste-lhe dinheiro emprestado?
- Não.
- Então, compraste-lhe alguma coisa?
- Mais ou menos.
- Mais ou menos?
- O Ovelheiro tem uma casa de passe lá na aldeia.
- Ah! É chulo? E deves dinheiro ao gajo? Vais às prostitutas?
- Não. Nada disso.
- Então?
- Ele tem uma ovelhas. Jeitosas.
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