domingo, 1 de março de 2009

O Acordo

Ontem passei à ação. É um fato, peguei no cato que tinha sobre a mesa, com cuidado para não me picar, e saí porta fora, decidido a adotar uma nova política de vida, e não voltar. Decidi deixar de ser diretor da destruição deste país, abandonar todo o poder e proteção que a posição me dava, deixar de ser uma exceção, um tipo com o cu virado para a Lua, e arriscar. Comecei por me inscrever num batismo de paraquedismo. Sempre quis fazê-lo. E, para a semana, vou para o Egito. De vez. A partir de agora, vou ser perentório e deixar de ter uma vida suntuosa, livrar-me de todos os meus objetos superflúos, abandonar maus projetos, ser mais afetivo, ajudar o coletivo, ser mais ativo na sociedade, mais correto. Vou ajudar a Anistia Internacional nas suas causas. Aprender novos dialetos. Mudar de aspeto. Jamais voltarei a ser corruto. A sentir-me onipotente. Indenizarei todos pelo mal que fiz.
José S.

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