quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Limpo as facas. Tenho a roupa suja de sangue. Mudo-a. Não. Antes, tomo um banho. O sangue seca e custa a sair. Depois visto-me. Saio para o carro. Vou lavá-lo também. Bem esfregado e polido. Já em casa, arrumo a cozinha. Sento-me frente à tv. Apesar da programação, sinto que o mundo está melhor. Sinto-me bem. Hoje portei-me como devia. Fiz o que era esperado de mim. Começa o Preço Certo. Apesar das fartas carnes apresentadas, fico enjoado. Levanto-me do cadeirão da sala, desligo a tv e saio a pé. Observo as pessoas. Os braços magros, os braços gordos, os braços flácidos. As pernas peludas, as pernas depiladas, as pernas queimadas pelo Sol. As barrigas, os pescoços, as nádegas... Ai, as movimentações das carnes... Huuum! Olho os cães escanzelados que passam. Um leva um osso na boca. Pode ser dos meus. Os pombos também andam por aí. Gordos. Passa um camião com porcos. Aquele cheiro... Já chega de festa. Volto para casa. Vou fazer uma cabidela de coelho. Mais uma vez, janto sozinho. Como sempre, espero, amanhã, conhecer alguém interessante no trabalho. Vai muita gente ao Talho.
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