Um certo dia, Emir Carapuça chamou-me a mim, sua discípula caçula, e segredou-me entre várias agonizantes tossidelas a sua ideia para um filme. Hoje cabe-me a mim passar em sinopse para o espaço cibernáutico aquela que foi a última ideia de argumento cinematográfico antes de Emir ter sucumbido entre tossidelas, escarretas e agrafadores. Paz a sua alma.
Descem as ruas aos pares. Com os seus passos másculos e os seus músculos de ginásio. Com os seus cabelos curtos penteados com risca ao lado. Com as suas botas de trabalho e as suas t-shirts largas e envelhecidas. Falam de futebol, mas sobretudo do Benfica. Cospem no chão. Limpam o resto de cuspo da boca à mão e esta última à roupa. Falam alto e grosseiro. Dão pancadas nas costas dos Zés e dos Manéis.
Descem as ruas aos pares. Invadem as casas, aos pares. Levam tudo consigo, aos pares. Atormentam os mais jovens, aos pares. Intimidam os mais velhos (estes não conseguem apanhá-los aos pares). Possuem jovens e belas mulheres. Às dúzias.
Nada detém estes macabros e insensíveis seres. Ninguém está a salvo neste ataque das... "Machorras Assassinas"!
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