sexta-feira, 22 de maio de 2009

miniatura mínima

A língua cresce. Sai da boca para fora. Como as palavras. Muitas destas não voltam. Mas a língua não foge. Enrola-se no corpo. Lambe-o. Molha-o. Passeia-se por aí. Espalha-se. Cruza-se com outras. Dá-nos sabores. Histórias. Verdades e mentiras. Sensações. E volta para dentro. Se não voltar, seca. Fica gretada. Morre. Tal como se fôr mordida, várias vezes, no mesmo sítio. Sangra e dói. A língua que fala. A língua que nos faz pensar. A língua que nos liga. A língua que se ouve. Se a língua se prende, a vida passa. A língua tem de dar muito nos dentes. É assim uma língua livre. Uma Língua Viva. Uma Pátria Livre?

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